Se você está em alguma rede social ou passa horas no Youtube, com certeza já foi impactado ou impactada por uma quantidade imensa de conteúdos de influenciadores. Nos últimos anos, o marketing de influência cresceu desenfreadamente e rendeu muitos debates – sobretudo sobre compra de likes, seguidores falsos e falta de transparência em geral. 

Com as mudanças nas redes sociais e nas plataformas digitais, como o fim dos likes no Instagram no Brasil, o marketing de influenciadores tem se reinventado constantemente. Afinal, os influenciadores têm um papel importante na estratégia das marcas e vice-versa. Foi-se o tempo em que as parcerias se restringiam aos #publiposts ou eram associadas aos mercados de moda, beleza e lifestyle. Hoje, marcas B2B e empresas de diversos segmentos já estão incorporando o marketing de influência e não há limites para novos formatos e conteúdos.

Aproveitando esse cenário acelerado e sempre cheio de novidades, a Edelman lançou o estudo global Relatório Global 10 Tendências de Marketing de Influência 2020, com um olhar especial sobre a indústria de marketing de influência no mundo. Abaixo, estão as 5 tendências mais relevantes para o nosso mercado: 


1) Coloque os fones: a rápida ascensão dos influenciadores de áudio
No universo digital, 2019 ficou conhecido como o ano dos podcasts. O formato, que é sucesso nos Estados Unidos, conquista cada vez mais gente mundo afora e representa uma grande oportunidade para novos negócios, conteúdos, ferramentas e anúncios. Até 2022, os podcasts devem concentrar 4,5% de todos os anúncios de áudio, atingindo US$ 1,6 bilhão, de acordo com a WARC. E o que podemos esperar dessa febre? Que os produtores de conteúdo de áudio utilizem essa alternativa digital, versátil e com baixo custo de produção para abordar os mais variados assuntos e expressar criatividade, com a vantagem de se conectar com o público por um longo período em comparação a redes de conteúdo imediato, como o Instagram. Além disso, os influenciadores podem ir muito além dos formatos tradicionais de publicidade e comunicação e integrar formatos de anúncios nativos, branded content, mesas redondas, entrevistas, entre outros. 

2) Em um relacionamento sério: de influenciador a embaixador
As marcas estão apostando cada vez mais em parcerias duradouras e em conteúdo autêntico e é por isso que o relacionamento com os influenciadores passa a ser de longo prazo e não focado em ações pontuais. Algumas das vantagens são que os produtores de conteúdo têm mais flexibilidade para desenvolver ideias criativas em parceria com a marca. Além disso, há um entendimento mútuo de como ambos podem se conectar com os públicos prioritários e a oportunidade de gerar interações mais valiosas e consistentes. 

3) #vidareal – ou autenticidade importa! 
Os millenials e a geração Z estão se tornando cada vez mais desconfiados de conteúdos que sejam artificiais ou genéricos, criando um desafio para influenciadores e marcas. Os maiores consumidores de cultura digital têm pouco interesse em propaganda tradicional e querem ser impactados por experiências reais. Por isso, é hora de focar em colaborações que realmente propaguem conteúdo relevante e verdadeiro e conversas menos roteirizadas. 

4) O reinado da interação
Esqueça tudo que se pareça com a publicidade tradicional: redes sociais sempre foram e serão cada vez mais sobre interação e comunidades. Para se comunicar com a geração Z, os profissionais de marketing devem considerar investir em conteúdo para plataformas emergentes, como o TikTok, e em conteúdo de influência interativo e dinâmico, como stories, lives e quizes, já que o post de celebridades segurando um produto não cola mais. 

5) Quase famosos: o poder dos micro e nano influenciadores
Nano e microinfluenciadores existem desde meados de 2000, mas apenas recentemente os profissionais de marketing começaram a incorporá-los em campanhas de maior valor. Criar um relacionamento com microinfluenciadores é ideal para gerar envolvimento autêntico, atrair consumidores reais, construir lembrança de marca, explorar novas estratégias de comunicação e até formar um squad que permita atingir públicos complementares.
 

* Rafaela Musto é gerente de Digital na Edelman Brasil.