Leia a seguir um resumo das considerações que Robert Casamento, Chair Global para o Clima na Edelman, e eu apresentamos aos nossos colaboradores em uma reunião interna no dia 7 de janeiro.

Oito semanas atrás, eu disse que queria que a Edelman fosse a agência preferida de qualquer instituição comprometida com o combate às mudanças climáticas. E falei sério.

Desde então, um time formado por líderes de contas e especialistas em clima deu dois passos substanciais:

Antes de tudo, definimos o que nós, enquanto Edelman, queremos representar em termos de ação contra as mudanças climáticas.

A agência acredita que as mudanças climáticas são a maior crise enfrentada por nossa sociedade. Reconhecemos que medidas urgentes são necessárias para mitigar seus impactos mais perigosos, tanto para as pessoas como para o planeta. Isso requer a rápida redução das emissões de gases do efeito estufa e uma transição global bem ordenada para uma economia de carbono zero.

Também identificamos que mais de 50% das pessoas não confiam nas comunicações sobre o clima (Relatório Especial do Edelman Trust Barometer, novembro de 2021). Esta é a área na qual podemos contribuir mais, de forma a gerarmos um impacto positivo e influenciar mudanças. De forma a fazermos parcerias com clientes que estão igualmente comprometidos em ajudar a impulsionar a transição para um futuro carbono zero, auxiliando-os a agir e a comunicar de formas mais potentes. Isso significa que acreditamos profundamente em parcerias com quaisquer clientes que demonstrarem compromisso com a ação e a transformação.

Acredito que a CONFIANÇA baseada em ações seja a chave para essa transição. Isso nos coloca em uma posição única e privilegiada – a de sermos os criadores de uma "Trusted Transition " (transição confiável), conduzindo-nos, e conduzindo os clientes genuinamente comprometidos, para a ação e a transformação, apoiados numa comunicação crível. Essa Trusted Transition será diferente em cada setor, mas provavelmente envolverá, para todas as organizações:

1. Definir ambições e metas de carbono zero, para o curto e o longo prazo, que tenham credibilidade.

2. Tomar medidas significativas para cumprir essas metas e transformar seus negócios.

3. Assegurar uma comunicação honesta e transparente com todos os stakeholders, desde empregados até comunidades, desde consumidores até investidores.

É aí que temos que chegar.

Para isso, vamos adotar os princípios operacionais que já compartilhei e que agora foram atualizados com base em nossa revisão:

1. Trabalhar com quem estiver comprometido em acelerar as ações voltadas ao Net Zero e em conformidade com o Acordo de Paris.

2. Colocar a ciência e os fatos em primeiro lugar.

3. Promover boas práticas e padrões na comunicação sobre o clima.

4. Assegurar a inclusão.

5. Focar numa transição que seja justa.

6. Assumir nossa responsabilidade.

Em segundo lugar, fizemos uma revisão de nosso portfólio de clientes e do trabalho que realizamos ao redor do mundo para avaliar se são coerentes com nossos objetivos climáticos e com nossos valores. Essa abrangente revisão interna identificou áreas nas quais nossos princípios vão provocar uma evolução no que fazemos e nos trabalhos que pegaremos no futuro.

Esses passos, acredito eu, nos levarão a um ponto em que a agência possa, significativa e comprovadamente, assumir uma posição de liderança em nosso mercado em termos de crise climática. Estou comprometido em fazer isso acontecer.

Para a revisão interna, inicialmente focamos nosso trabalho em setores que geram mais emissões. Realizamos essa revisão não como uma auditoria ou para classificar as respostas dos clientes à crise climática, mas para, por meio de nossos próprios valores e princípios, fundamentar maneiras de atender nossos clientes da melhor forma. Cobrimos mais de 330 clientes e nos aprofundamos em 20 deles que geram muita emissão. A revisão foi conduzida por nossos especialistas em clima, Robert Casamento, Deanna Tallon e Paul Sammon. Quero agradecê-los pessoalmente por seu árduo trabalho durante a época de festas. Eles foram auxiliados por nossa força-tarefa, formada por um grupo de colaboradores representando especialidades, regiões e níveis hierárquicos diferentes, coliderado por Eden Lewis, em New York, e Vasudevan Rangajaran, em Délhi.

Nosso processo foi robusto e imparcial. A pesquisa baseou-se em dados bem fundamentados e de credibilidade, incluindo o que nossos clientes afirmam e o que fazem e prometem fazer, relatórios e pontuações do Carbon Disclosure Project (CDP), relatórios recentes do IPCC e análise das trilhas de emissões da indústria, tais como o roteiro para o setor global de energia atingir Net Zero até 2050 criado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Levamos uma ampla variedade de pontos de vista (tanto internos quanto externos) em conta para ajudar a fundamentar nossa abordagem. Usamos critérios objetivos e também subjetivos, considerando perspectivas de curto e longo prazos.

Encontramos exemplos em que a Edelman teve um papel crucial para ajudar organizações a reconhecerem a importância da mudança climática e a iniciarem suas jornadas rumo à ação. Esse é o tipo de trabalho que queremos fazer, devemos fazer e vamos fazer mais no futuro.

Também identificamos:

  • Clientes que não têm posicionamento público sobre o Acordo de Paris
  • Clientes que não têm dados sobre emissões de carbono para disponibilizar prontamente
  • Alguns clientes que não têm ambições ou metas relacionadas a Net Zero
  • Alguns exemplos de comunicação suscetível a contestações ou críticas
  • Falhas nos conhecimentos da equipe sobre questões climáticas

Estamos iniciando conversas com clientes e líderes de contas para confirmar nossos achados e engajá-los em formas de avançar. Como já afirmamos, queremos ter um diálogo com empresas que buscam mudanças e ajudá-las a resolver os problemas com mais força por meio da comunicação confiável. Isso inclui alterar o escopo de nosso trabalho para que possamos nos alinhar a nossos princípios e colaborar para promover mudanças.

No entanto, prevemos que talvez tenhamos que seguir caminhos diferentes em algumas circunstâncias. Mas, não podemos dar mais detalhes sobre o relacionamento com clientes específicos ou sobre trabalhos com clientes, por questões de confidencialidade.

A partir de agora, nosso time responsável por esse trabalho de revisão passa a atuar como um grupo de Revisão Climática Interna, conforme seguimos em nossa jornada. Ele vai assessorar o Comitê de Gerenciamento do Portfólio de Clientes (CPMC, na sigla em inglês) sobre trabalhos relacionados a setores de alta emissão de carbono ou relativos à comunicação sobre o clima. Acreditamos que possamos ter práticas fortes nessas áreas e ser coerentes com nossos princípios. Não vamos tratar esse grupo de clientes de forma diferente – queremos que nosso trabalho siga os princípios que definimos para nós mesmos, independentemente de onde estão nossos clientes e do que eles fazem.

Vamos investir em Treinamento de Comunicação sobre Mudanças Climáticas, obrigatório para toda a equipe Edelman e a ser concluído neste ano, em colaboração com universidades e um parceiro externo especializados, a fim de promover a aprendizagem sobre boas práticas e padrões de comunicação para nosso mercado. Isso nos tornará melhores conselheiros para nossos clientes e melhores guardiões dos valores de nossa agência.

Estamos finalizando o Conselho Independente de Especialistas em Clima, uma instituição que atuará fora da companhia, para contribuir com nossas estratégias, bem como para trabalhos e situações que pedem atenção. Esse grupo vai revisar os resultados de nossa análise inicial e trabalhar com nossas equipes para promover avanços nas diretrizes relativas à adequação de clientes e produtos de trabalho.

Vamos trabalhar com a SYSTEMIQ para ajudar a Edelman a melhorar o entendimento e a definição de trilhas ambiciosas e de credibilidade para a transição em cada setor e a traduzir essas trilhas em estruturas de comunicação de alta confiabilidade. A SYSTEMIQ é uma companhia global de mudanças climáticas que trabalha com grandes empresas, governos e instituições financeiras para estabelecer estratégias ambiciosas de clima e sustentabilidade. Como já comentei, a Trusted Transition será diferente para cada setor e para cada empresa individualmente.

Vamos financiar a criação de um Conselho Global de Comunicação sobre o Clima, juntamente com outras agências de comunicação. Esse conselho vai explorar maneiras e fazer recomendações para melhorar a implementação do Artigo 12 do Acordo de Paris – i.e., "medidas apropriadas" em educação, treinamento, conscientização pública, participação do público e como o acesso público à informação pode se dar no âmbito do processo oficial da COP – a fim de combater o déficit de confiança no mundo em relação ao clima.

Vamos reportar anualmente nosso progresso, bem como as iniciativas para o setor de comunicação, ao final de cada ano. Vamos compartilhar essas informações com nossos funcionários, com nossos clientes e com a comunidade como um todo. Nossa esperança é que esse modelo de transparência e essa abordagem sejam adotados mais amplamente por nosso mercado.

E, por fim, como eu disse em novembro, vamos colocar o que falamos em prática em nossas próprias operações. Assumimos um compromisso de estabelecer uma meta baseada na ciência e em linha com a meta de 1,5ºC. Vamos reduzir viagens aéreas, aproveitar ao máximo o trabalho híbrido e nos mudar para espaços menores de escritórios, como já fizemos em Chicago. Vamos submeter nossos dados à Science Based Target Initiative para uma validação independente no segundo trimestre deste ano e reportar os avanços nesse sentido.

Ao entrar no 70º ano da Edelman, reconhecemos que temos um papel vital a desempenhar – usar a comunicação para promover ações, mudanças no estilo de vida e soluções intersetoriais. As mudanças climáticas são o maior desafio que temos diante de nós, são o problema que afeta todo e qualquer cliente. A escala de transição necessária é colossal. A economia global nunca passou por uma transformação tão grande.

Ao longo dos mais de 20 anos que temos estudado a Confiança, reconhecemos que a chave para uma transição confiável é dar acesso a informações de credibilidade – disponibilizando-as em todos os pontos dessa jornada – para funcionários, consumidores, investidores e comunidades. Aceitamos essa responsabilidade e estamos determinados a ser a força global por trás de uma transição confiável.

Precisamos nos ajudar, ajudar nossos clientes e ajudar nosso mercado a alcançar essa transição – incentivando ações em cada segmento econômico. O que descrevi para vocês aqui mostra o que nós e nossos clientes somos: organizações adaptando-se o mais rapidamente possível a um novo ambiente operacional global, em que a criação de valor para a sociedade e o planeta é a chave para o sucesso nos negócios.

Há muito a ser feito, mas espero que o que vocês ouviram aqui lhes dê a certeza de que estamos enfrentando o desafio com seriedade e ponderação, de que estamos fazendo o trabalho certo, de que estamos implementando os processos certos e definindo as diretrizes certas para uma mudança verdadeira.

Aproveitamos a oportunidade de fazer a diferença. Atraímos para a Edelman pessoas que queiram promover mudanças, e somos a plataforma que vai permitir isso.

Richard Edelman é CEO global da Edelman.